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O valor da mulher no mercado de trabalho

O valor da mulher no mercado de trabalho

Perfeccionistas, proativas e muito organizadas, as mulheres ganham cada vez mais espaço em grandes empresas
Segundo dados do IBGE nos últimos 50 anos, as mulheres têm deixado de atuar apenas no ambiente privado para também se lançarem no mercado de trabalho. Em 2007, as mulheres representavam 40,8% do mercado formal de trabalho; em 2016, passaram a ocupar 44% das vagas.
Apesar dessas melhoras, as mulheres ainda ganham em média menos do que os homens, mesmo tendo mais tempo de estudo e qualificação. “Infelizmente a sociedade ainda traz consigo uma herança "machista" e preconceituosa em relação as questões de gênero. E isso é reconhecido mundialmente, até mesmo a ONU tem desenvolvido estudos que confirmam tal disparidade. Aqui no Brasil, por exemplo, as mulheres chegam a ganhar quase 60% a menos do que os homens, tudo isso "justifica-se" pela indisponibilidade das mulheres, por conta dos filhos, afazeres da casa ou até mesmo por as empresas não concederem o que lhes é de direito, no caso da licença à maternidade”, afirma a economista e professora do UniBrasil Centro Universitário, Franciéle Lourenço.
O levantamento do IBGE aponta também um crescimento na ocupação formal por mulheres entre 30 e 39 anos (43,8%) e entre 50 e 64 anos (64,3%). Os setores em que o percentual de mulheres ocupadas é superior ao dos homens são administração pública e serviços, enquanto homens são maioria na indústria de transformação; agropecuária, extração vegetal, caça e pesca; construção civil, serviços industriais de utilidade pública; e extrativa mineral. No comércio, a participação de homens e mulheres é bem equilibrada, sendo que 20,1% dos homens e 19,9% das mulheres estão no setor.
Mão de obra feminina
Para Franciéle as mulheres se destacam em setores que necessitam de mão de obra de qualidade e, principalmente, que exijam paciência, capricho e perfeccionismo. “Por exemplo, quando falamos na confecção de um automóvel, que até então era considerado um cargo masculinizado, assim como tanto outros, por incrível que pareça, temos mulheres trabalhando na linha de produção, por exemplo com pintura. A mulher aos poucos vem ganhando espaço, assim como em cargos de chefia, mecânica, motoristas, manobrista, eletricista, entre outros”, afirma a especialista.
Foi esse comportamento, pautado na paciência, perfeccionismo e capricho que levou a gerente do McDonald´s Mercês, Zilma Leila Estevan da Silva, 58 anos, a completar 29 anos na empresa. Zilma começou como Atendente no primeiro McDonald´s fora do eixo Rio-São Paulo, no restaurante da Boca Maldita, em Curitiba, passando por diversas funções até chegar na gerência da franquia das Mercês. Na franquia onde Zilma trabalha de 7 restaurantes, 6 são gerenciados por mulheres. “Sou responsável pelo restaurante como um todo, desde pessoas, até compras a atendimento aos clientes. Temos que estar de olho em tudo”, explica. Durante seu tempo no McDonald´s se formou em Educação Física e fez uma pós-graduação em Recursos Humanos.
Para Marcelo Nóbrega, Diretor de Recursos Humanos da Arcos Dourados, operadora da marca McDonald´s no Brasil, o reconhecimento só reforça a importância de práticas e iniciativas que permitam com que as mulheres tenham cada vez mais espaço em posições de liderança. “Buscamos dar representatividade às mulheres, que são maioria na população brasileira e que muitas vezes são as únicas responsáveis financeiras por suas famílias, além de ser o ponto focal dos filhos. Promover condições e oportunidades para que cada vez mais elas tenham espaço nos principais cargos de liderança é o nosso desafio diário e, acredito que deva ser o de todas as empresas que se preocupam com relações igualitárias”, finaliza Nóbrega.
Atualmente o McDonald´s Brasil tem 50,5% das mulheres como gerentes de negócios e as mulheres representam 40,8% do quadro de funcionários total da companhia, com um tempo médio de empresa de 11 anos e 2 meses. No Paraná, dos 28 cargos de liderança da regional, 14 são preenchidos por mulheres. Vale lembrar ainda que os salários são iguais para homens e mulheres, de acordo com cada cargo.
Franciéle aponta que as mulheres geralmente são mais proativas pela própria concorrência e, por isso, se esforçam mais em suas atividades, pois acreditam ainda necessitarem "mostrar trabalho". “É o resultado do empoderamento feminino, que tem aumentado os cargos de chefia e de liderança, o que colabora para o crescimento e um melhor relacionamento com os demais funcionários”, finaliza a economista.