Legado dos Beux reconhecido
A premiação do Troféu Moura Brito a Miguel Beux e o reconhecimento do legado da família Beux no automobilismo
Há um ditado popular que diz que morre o homem e fica a fama. Isto é comprovado com o legado de Zilmar Beux, que sonhou, idealizou e liderou o movimento que levou construção do Autódromo de Cascavel, o terceiro do Brasil e o primeiro em uma cidade do interior. Hoje o autódromo leve o nome de Zilmar.
Os ideais de Zilmar se perpetuam com o filho Miguel, que em 2011, como presidente do Automóvel de Cascavel e dirigente de Autódromo S/A articulou a doação do autódromo à Prefeitura, permitindo o complexo saísse do ostracismo e garantisse que a cidade tivesse automobilismo até hoje, como sonharam os pioneiros nas décadas de 60 e 70.
O legado de Zilmar Beux continua vivo e é reconhecido com a premiação do Troféu Moura Britoa Miguel Beux, como Incentivador do Automobilismo. A festa de premiação foi no mês passado, no Graciosa Country Clube, em Curitiba. Também foram homenageados Milton Speraico, de Toledo, como Piloto, e anilo Afornali, de Morretes, como Preparador. Esta é a 12ª edição da láurea.
O anúncio
Os laureados do Troféu Moura Brito são conhecidos durante a premiação. Os organizadores convidam dezenas de personalidades do automobilismo paranaense para o evento e três dos presentes são premiados. O mestre de cerimônia lê o currículo do homenageado e a platéia vai tentando adivinhar quem é.
Miguel Beux foi anunciado assim: “Sua relação com as corridas foi literalmente uterina. Em 1964 seu pai fez a primeira corrida, o que combinava com a profissão que tinha. Mecânico! Quando nasceu, em 1967, seu pai continuava correndo nas ruas de Cascavel. Em 1969, junto de uns poucos amigos compraram uma área e construíram um autódromo, e disso o filho, nosso homenageado, se lembra muito bem. Pisou por lá antes de completar dois anos de idade. Tem na memória as lembranças das corridas de terra, da carretera 8, passando, aliás, sua primeira palavra foi “OITO”. Mas o que mais ficou marcado foi quando ele e os amigos asfaltaram a pista. O pequeno apaixonado por automobilismo estava lá quase todos os dias, chegou a cair de costas no piche quente na frente dos boxes antigos, e ali contraiu uma doença. Maravilhosa, porém dolorosa. O puro amor ao automobilismo. Já não se imaginava fazendo outra coisa, achava que seria o cara mais feliz até mesmo se morresse correndo.
Seu pai foi ferido na alma, se afastou sem reclamar.... ele continuou com seu sonho. Parte dele foi realizada e foi uma experiência bastante sofrida, e ainda pra piorar seu melhor amigo, para quem ele vendeu um autorama para comprar um chassis de kart seis anos ultrapassado pra começar a correr, gostou da brincadeira e quase sempre ganhava. Menos mal porque ele ganhava de muitos outros também. Por conta do passado, seu pai não queria que ele corresse, não proibiu, mas não queria. Sempre correu por conta própria. Em 90% das vezes não teve preparador ou mecânico, o que mais se aproximou disto foi seu outro grande amigo, Edgar Favarin. A grana pra correr era curta, mas mesmo assim deu um trabalhinho!
Hoje a noite, nosso homenageado esta aqui a convite do Jacaré, que ele conheceu através do Naumes, um cara que aprendeu a gostar além do respeito que já tinha por ele. Ele assumiu muitos riscos e alguns incômodos, além de fazer inimigos e custos para resolver a “questão” do autódromo de Cascavel. Assumiu a presidência do ACC por cinco anos concomitantemente à diretoria comercial do AUTÓDROMO ZILMAR BEUX DE CASCAVEL S/A.
Tiveram êxito.
Problema solucionado, o autódromo foi doado com uma área de 36,5 alqueires ao município. Hoje a festa está garantida porque a gasolina ainda corre nas veias do nosso homenageado - MIGUEL BEUX.
Texto: Luiz Aparecido
Fotos: Alexandrino Bispo Neto
Prioscilla Fiedler
Legado dos Beux reconhecido
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